quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Focus - Uma das notáveis bandas de Rock Progressivo

JAN29

O Focus é uma banda de rock progressivo holandesa fundada em 1969 pelo organista e flautista Thijs van Leer. Suas extensas e quase exclusivas composições instrumentais e improvisações continham várias referências à música erudita. Um exemplo é a referência a ópera de Monteverdi na canção "Eruption", do álbum Moving Waves. Outra demonstração está na referência à Johann Sebastian Bach em "Carnival Fugue", do álbum Focus 3, ou ainda das referências ao Renascimento de "Anonymus II", do mesmo álbum.


Anos 1970


O Focus surgiu em 1969 pelo organista e flautista Thijs van Leer, pelo baixista Martin Dresden e pelo baterista Hans Cleuver. A ideia inicial era seguir o estilo de Traffic, o que não aconteceu por percalços com a versão holandesa de Hair. Após a temporada do musical o grupo pode produzir seu primeiro álbum, em 1970, já com a presença de Jan Akkerman na guitarra.
Descontente com a falta de sucesso do primeiro álbum, Jan Akkerman deixou a banda para formar outra banda com o baterista Pierre Van der Linden e o baixista Cyril Havermans. Quando soube das notícias sobre a nova banda, Thijs os contactou e eles o convidaram para participar da banda, assumindo somente então o nome Focus. O quarteto gravou o álbum Moving Waves, primeiro álbum de impacto da banda, recebendo críticas positivas em âmbito internacional. O álbum incluía a obra símbolo da banda, "Hocus Pocus". Este clássico do rock consistia na repetição de um riff de guitarra recorrente e interlúdios de vocal falsete.
No final de 1970, conheceram o produtor Mike Vernon, que ajudou a promover a banda pelo mundo. A expansão começou na Inglaterra em 1972, mesmo ano do álbum Focus 3, um disco duplo que continha o hit "Sylvia". Nesse álbum Bert Ruiter tomou o lugar de Cyril Havermans. Em maio de 1973 a banda fez uma grande apresentação no Rainbow Theatre em Londres, o que resultou no álbum Live at the Rainbow.
Logo após, Pierre Van der Linden deixou a banda após desentendimento com Ruiter sobre a direção da banda. Collin Allen o substituiu, e então a banda gravou Hamburger Concerto, um retorno ao estilo erudito. Gravaram posteriormente Mother Focus, um álbum mais comercial. Durante as gravações do álbum Allen deixou a banda, sendo substituído pelo estaduniense Devid Kemper. Em 1976, após a finalização do álbum, Jan Akkerman também deixou a banda pelas diferenças musicais entre ele e Thijs, iniciando o fim gradual da banda até o anúncio do fim em 1978.
Ainda em 1977 a banda retornou com o vocalista P. J. Proby se integrando à banda, que nessa época contava com Thijs Van Leer, Bert Ruiter, o guitarrista Eef Albers, o também guitarrista Phillip Catherine e o baterista Steve Smith.


Reunião nos anos 1980


Os anos 80 foram marcados somente pela reunião temporária da banda em 1985, consistindo em Jan Akkerman e Thijs Van Leer, com as participações de Tato Gomez, Ruud Jacobs, Ustad Zamir Ahmad Khan e Sergio Castillo. A reunião também resultou no álbum Focus, que não atingiu sucesso comercial.


Reunião nos anos 2000

Em 2001, Thys van Leer reformulou a banda com músicos que previamente haviam formado uma banda de tributo ao Focus, incluindo o guitarrista Jan Dumée, o baixista Bobby Jacobs e o baterista Bert Smaak. Realizaram turnê pelo mundo, se apresentando para grandes públicos. As passagens pela América Latina, Estados Unidos, Canadá, Japão e Reino Unido foram bem reconhecidas. Gravaram então o álbum Focus 8. Em outubro de 2004 Bert Smaak deixou a banda, e Pierre van der Linden reassumiu sua posição na bateria da banda. Em maio de 2006, Jan Dumée deixou a banda (para se juntar ao vocalista John Lawton, ex- Uriah Heep e Lucifer's Friend, no novo grupo chamado On The Rocks), entrando em seu lugar o guitarrista Niels van der Steenhoven. Com ele, gravaram o disco Focus 9/New Skin, lançado em 2006. No início de 2011, Niels van der Steenhoven comunicou seu desligamento da banda, após 5 anos de dedicação. Para seu lugar foi anunciado o nome de Menno Gootjes. No momento, a banda encontra-se em estúdio gravando o novo álbum, Focus 10.


Fica aqui uma das grandes musicas desta banda.





continue reading

“Prémio Estação Imagem | Mora 2011”

JAN29

Nelson Aires é o grande vencedor do prémio de fotojornalismo ESTAÇÃO IMAGEM|MORA 2011, segundo a decisão do júri internacional que esteve reunido naquela vila alentejana durante três dias. O mesmo fotojornalista venceu também na categoria Série de Retratos, tendo os restantes prémios sido atribuídos a Enric Vives Rubio (Notícias), José Carlos Carvalho (Vida Quotidiana), Augusto Brázio (Ambiente), Artur Machado (Arte e Espectáculos) e Leonel de Castro (Desporto). Além dos vencedores, o júri decidiu ainda premiar mais oito reportagens apresentadas.

Para além das reportagens distinguidas, foi ainda atribuída a Bolsa Estação Imagem 2011 a Paulo Alegria que se propôs desenvolver um trabalho a que deu o nome de Cultura Magra.

O anúncio das decisões foi feito no passado dia 16 de Abril numa cerimónia que teve lugar no Auditório Municipal de Mora.

Presidido por Walter Astrada, um fotojornalista argentino premiado nos últimos três anos no World Press Photo (WPP), o júri era ainda composto por Ayperi Karabuda Ecer, vice-presidente da Reuters Pictures e que presidiu ao júri no ano passado; Laura Serani, directora do festival de fotografia de Bamako, ex-responsável pela colecção de fotografia FNAC; Marizilda Cruppe, fotojornalista do jornal brasileiro Globo e fundadora do colectivo EVE; e Wolker Lensch, editor chefe de fotografia da revista alemã Stern. Os três últimos integraram também o júri do WPP.

Sobre a reportagem vencedora, relacionada com um caso de bullying numa escola de Mirandela, o presidente do júri destaca que “o trabalho foi feito ao longo do tempo acompanhando um tema noticioso”, mostrando ao mesmo tempo “uma visão pessoal do fotógrafo, que desde o princípio dá a entender tratar-se de um assunto importante”.

Informações adicionais sobre o prémio disponíveis em:
www.estacao-imagem.com.



PRÉMIOS E PREMIADOS

Prémio Estação Imagem/Mora
Nelson Aires; Reportagem Leandro

Notícias
1º Enric Vives Rubio; Reportagem Madeira
2º Nelson Garrido; Reportagem Papa peça Tv
3ºCarlos Palma; Reportagem Kingdom of empty dreams

Vida Quotidiana
1º José Carlos Carvalho; Reportagem Mãe entre muros
2º António Pedro Santos; Reportagem Campismo
3º Augusto Brázio; Reportagem Cova da Moura

Série de Retratos
1º Nelson Aires; Reportagem Bairro da Estação
2º Tiago Miranda; Reportagem Retratos de um despedimento
3º Daniel Rocha; Reportagem Candidatos Presidenciais

Ambiente
1º Augusto Brázio; Reportagem Natureza
2º Valter Vinagre; Reportagem Animais de estimação

Artes e Espectáculos
1º Artur Machado; Reportagem Paredes de Coura
2º Martim Ramos; Reportagem Mais que a vida

Desporto
Leonel de Castro; Reportagem Guerreiro do Norte

continue reading

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Jaguar E-Type : A Beleza e Arte

JAN29

No mundo dos carros desportivos dos anos 60, eis que surge o "sex appeal". As Ferraris eram provocantes. E o Jaguar E -type, ou tipo E (XK-E nos EUA) era positivamente sugestivo. Uma Road & Track respeitosa colocou como legenda de seu relatório de teste “O maior papa-gatinhas que o homem já viu.” Mas é claro que ele oferecia muito mais do que traços libidinosos.



Ele tinha o desempenho de um predador. A Jaguar pegou o quentíssimo motor 3,8 litros de especificação S do XK 150 e levou o grande 6 cilindros em linha para trás de modo a redistribuir o peso para 49/51%. O novo carro era menor e mais leve do que seu antecessor, e trazia um componente vital que até os vencedores de Le Mans não tinham: suspensão traseira independente. A construção também foi aprimorada para o Tipo D de corrida, com uma carroçaria monobloco (construção unitária) nas versões roadster ou novo cupê hatchback. O estilo foi desenvolvido pelo especialista em aerodinâmica Malcom Saver, fazendo que esse fosse o primeiro Jaguar em série não desenhado por William Lyons. Ainda assim, a mão do fundador estava evidente na personalidade geral do carro, além de sua cabine bem equipada e confortável, e em seu preço razoável.

A Jaguar apresentou seu Tipo E em Março de 1961, no Salão de Genebra, treze anos depois de haver lançado o XK 120 no Salão de Earls Court, em Londres, obtendo a mesma e empolgada receptividade."Aqui temos um dos carros mais flexíveis e silenciosos do mercado, capaz de sussurrar em marchas mais altas a 15 km/h ou saltar para os 240 km/h apenas encostando no pedal", escreveu John Bolster, da revista Autosport. A nova suspensão totalmente independente proporcionava um rodar confortável e combinava freios a disco nas quatro rodas (internos na traseira) para garantir uma dirigibilidade fantástica. Até o porta-malas tinha um tamanho decente.

O Tipo E de 1965 recebeu um motor maior de 4,2 litros para melhorar seu torque, mas sem modificar a potência. O ano seguinte apresentou um coupê 2+2 com um chassi 22 centímetros maior na distância entre eixos e teto mais alto, além de uma caixa automática opcional. O desenho dos modelos Series 2 sofreu no final dos anos 60 devido às setas, pára-choques maiores e faróis verticais expostos. Mas isso pouco afectou o seu apelo visual. O Tipo E ajudou a definir os anos 60 e até hoje continua sendo um dos poucos e preciosos desportivos a chamar até a atenção daqueles que não ligam para carros.




continue reading

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Portugal desenvolve autocarros mais leves e eficientes

JAN29

Um grupo de empresas portuguesas está a desenvolver um projeto inovador para tornar os autocarros mais ecoeficientes, leves e confortáveis. O IBUS pretende construir componentes para o interior e exterior dos autocarros de turismo usando materiais tipicamente portugueses, como a cortiça e o couro, sob o acompanhamento da Caetanobus.

No início do mês o projeto foi apresentado em Birmingham, Londres, na feira “Coach and Bus Live 2011”. Um protótipo à escala real esteve exposto entre 200 outros produtos. A produção de uma "mock-up", correspondente a uma secção de um autocarro de turismo com 2,4 metros de comprimento, era precisamente o objetivo do consórcio entre a Caetano Components, Amorim Cork Composites, da CORTICEIRA AMORIM, Couro Azul, SET e a entidade do SCT – INEGI com a participação da empresa de design industrial Almadesign

Depois da produção deste protótipo, o consórcio pretende começar, de fato, a produzir estes componentes a curto prazo. "Quase todos os componentes foram desenhados na perspetiva de serem produzidos a curto prazo e resolverem de imediato problemas pertinentes deste tipo de produtos", explicou ao Boas Notícias, José Rui Marcelino, designer manager da Almadesign.


Caetanobus é potencial compradora


Entre as soluções encontradas pelo projeto IBUS estão bancos de passageiros mais finos e confortáveis com sensor de cinto de segurança; sistemas de bagageiras de inspiração aeronáuticas; sistema de iluminação integrado na bagageira ativa por proximidade; tapa-pernas mais fino, seguro e confortável; tampas exteriores de bagageiras com núcleo de cortiça, 50% mais leves; painéis laterais também com núcleo de cortiça; e um piso em cortiça, com melhor isolamento térmico e acústico.


O resultado são veículos com um peso total da carroçaria menor, o que traz benefícios ao nível do consumo, performance e estabilidade do veículo, melhorando os seus custos de operação e manutenção, explica a Amorim em comunicado.

Até ao momento ainda não existem compradores efetivos para estes componentes, mas José Rui Marcelino explicou ao Boas Notícias que a Cetanobus, "como participante desde o início do projeto, está em situação privilegiada para adotar as soluções desenvolvidas."

"Foi uma premissa do projeto ter um potencial comprador desde o seu início. Após um período de decisão de cerca de seis meses, a Caetaobus poderá decidir incorporá-las nos seus produtos ou deixá-las disponíveis para todo o mercado", explica.


Menores custos de operação e melhor eficiência

Caso a ideia vá para a frente, os custos de produção de um autocarro equipado com estes elementos não vai muito além do de um autocarro comum.

"Mas mais importante do que o preço por peça é o que se ganha em termos de peso, qualidade final, tempo de montagem, conforto, integração, reciclabilidade e tempo de vida dos produtos, menor custo de operação, melhor performance do veículo e dos seus sistemas e imagem geral do produto. Tudo isso paga-se. E se o custo for da mesma ordem de grandeza, então as vantagens são evidentes", disse o designer manager da Almadesign.

O projeto requereu um investimento de cerca de um milhão de euros e foi financiado pelo FEDER/UE e pelo QREN, no âmbito do Compete - Programa Operacional Fatores de Competitividade.

continue reading

Novo Windows 8 pode bloquear outros sistemas operativos.

JAN29

O próximo Windows poderá bloquear a instalação de outros sistemas operativos (de código aberto) nos computadores comercializados e oficialmente certificados para o Windows 8 - inviabilizando a prática relativamente comum de ter dois sistemas operativos na mesma máquina ou a transformação de um PC Windows em Linux. A possibilidade tem sido avançada por especialistas e reportada por vários meios de comunicação internacionais, ficando a dever-se às novas políticas e sistema de segurança associado à iniciação do próximo sistema operativo da gigante de Redmond. Com a apresentação e acesso a mais informação sobre o Windows 8, a semana passada, começaram a surgir as especulações e os receios, que os representantes da empresa ainda não disseram se têm ou não fundamento. Tudo começou com um artigo de um colaborador da Red Hat, Matthew Garret, em que afirmava que "provavelmente ainda não vale a pena ficar em pânico" mas "vale a pena ficar preocupado" com a possibilidade de um novo recurso para reforçar a segurança durante o arranque do Windows 8 impedir os utilizadores de correrem os dois sistemas operativos - Windows e Linux - na mesma máquina (dual-boot). Segundo avança, o problema tem origem na decisão da Microsoft de usar um protocolo de segurança de inicialização (boot) baseado no hardware – o secure boot protocol baseado no Unified Extensible Firmware Interface (UEFEI) - em vez do tradicional BIOS. A novidade foi explicada e demonstrada pelo diretor de programas da Microsoft, Arie van der Hoeven, numa conferência de programadores. Esta tecnologia encontra-se concebida para proteger a máquina contra rootkits e outros ataques de baixo nível, evitando que ficheiros executáveis e drivers sejam carregados durante o arranque do PC, a menos que possuam uma assinatura criptográfica, que lhes é conferida por uma chave UEFI. O problema é que "não há uma autoridade de assinatura centralizada para essas chaves", nota Matthew Garret. Se a chave de uma fabricante for instalada num computador, a única maneira de conseguir o código é fazer com que a empresa forneça essa assinatura. A Microsoft disse que ia exigir que os computadores com o logotipo do Windows 8 fossem vendidas com o novo sistema de segurança ativado, sendo que provavelmente o Windows nesses sistemas será assinado com uma chave da Microsoft. Sistemas operativos como o Linux não terão acesso a assinaturas desse tipo, por isso, a menos que sejam tomadas mediadas para disponibilizar essas assinaturas, "um sistema que seja vendido apenas com chaves da Microsoft e da fabricante do hardware não poderá fazer boot (iniciar) de uma cópia genérica do Linux", conclui.


continue reading

Google Chrome com nova aplicação

JAN29














Chrome Remote Desktop é o nome da nova aplicação para o Chrome que vai permitir aos utilizadores do browser da Google acederem remotamente ao ambiente de trabalho de outros computadores.

A novidade, que está acessível para download gratuito através da loja de aplicações para o navegador, funciona com uma alternativa, baseada na Web, aos tradicionais programas para controlo remoto de desktop, associados ao sistema operativo usado nas máquinas.

Ainda em versão beta, a solução - que a julgar pelos primeiros comentários de utilizadores, estará a sair-se bem - pode revelar-se útil para administradores de TI que tenham de aceder a PCs de funcionários, utilizadores a monitorizar máquinas de terceiros ou utilizadores que precisem de aceder ao seu computador noutro local, por exemplo.

Os utilizadores do Chrome que queiram experimentar a novidade precisam de descarregar a aplicação e instalá-la, sendo gerado um código que fornece o acesso ao ambiente de trabalho do computador onde fizeram a instalação.

Depois pode guardá-lo e/ou fornecê-lo àqueles com quem quiser partilhar a máquina - que também precisam de ter o Chrome e a app instalados.


continue reading

JAN29



Nome literário do poeta, diplomata e marxista chileno Neftalí Ricardo Reyes Basoalto. Nasceu a 12 de Julho de 1904 em Parral, no Chile, e morreu a 23 de Setembro de 1973, em Santiago. De família humilde, viveu no sul do Chile, em Temuco. A mãe faleceu uns meses após o seu nascimento e o pai voltaria a casar. Neruda viria a ter um bom relacionamento com a madrasta, que considerou como a sua verdadeira mãe.

Escreveu um dia "eu nasci para a vida, para a terra, para a poesia e para a chuva". Estudou no liceu desta cidade, entrando aos 15 anos no Instituto Pedagógico da Universidade de Santiago. Começou a escrever aos 10 de idade. Quando tinha apenas 12 anos conheceu Gabriela Mistral, uma famosa poetisa chilena, que lhe deu a conhecer os escritores clássicos que iriam influenciar a sua carreira e as suas decisões políticas. Tornou-se militante anarquista e traduziu o trabalho de Jean Grave, a notável teoria de Peter Kropotkine, um anarquista comunista.

A partir de 1920 passou a usar o nome Pablo Neruda, que legalmente adotou em 1946. Em 1921 deixou Temuco e mudou-se para a capital, Santiago. O estudante romântico invadiu a vida literária da capital chilena com a sua capa de estudante. Neste ano ganhou o prémio da federação chilena de estudantes de poesia com La canción de la fiesta e a partir daí começou a publicar poemas na revista da federação, Claridad. Em 1923 escreveu o primeiro livro, Crepusculario . Para cobrir as despesas desta publicação viu-se obrigado a vender o relógio que o pai lhe tinha oferecido. Em 1924 encontrou quem lhe publicasse Viente poemas de amor y una canción desesperada . Este trabalho foi muito bem recebido pelo público e conservou a sua popularidade ao longo dos anos.

Aos vinte anos e com dois livros publicados, Neruda tornou-se o poeta chileno mais conhecido. Abandonou os estudos de francês para se dedicar inteiramente à poesia. Escreveu Tentativa del hombre infinito , Anillos, em colaboração com Tomás Lago, e El hondero entusiasta .Em 1927 foi nomeado cônsul em Rangoon, Burma, e durante cinco anos representou o seu país na Ásia. Seguidamente viajou para Ceilão, Colombo, Jacarta, Java, onde casou com a sua primeira mulher, de origem holandesa. Esteve ainda em Singapura. Viveu um período de grande solidão, animado apenas pelo romance com uma jovem burmesa. Durante estes anos na Ásia escreveu Residencia en la tierra . Em 1933 foi nomeado cônsul em Buenos Aires e daí data a sua amizade com o poeta espanhol Federico García Lorca. No ano seguinte foi transferido para Barcelona e depois para Madrid onde voltou a casar, desta vez com Delia del Carril.

Com o mesmo impacto literário que obteve no seu país, Neruda conquistou a Europa e o resto do mundo, a sua poesia tornou-se rapidamente conhecida. Foi um escritor bem acolhido em Espanha. Este clima de desenvolvimento poético foi subitamente interrompido pelo eclodir da guerra civil espanhola em 1936. A execução do seu amigo García Lorca, a prisão de Miguel Hernández e o sangue nas ruas contribuíram para a maturidade do poeta e para as suas atitudes políticas. Escreveu então Espanã en el corazón , publicado durante a guerra civil nas linhas da frente republicanas. Pablo Neruda regressou ao Chile em 1938, com um grupo de refugiados espanhóis. Depois desta atitude, o governo chileno mandou-o para o México onde produziu intensamente textos poéticos, inspirado na II Guerra Mundial, que assolava a Europa, posicionando-se especialmente ao lado da defesa de Estalinegrado contra a ocupação germânica. Em 1943 voltou ao Chile por mar, recebendo uma grande ovação dos seus conterrâneos. Em 1945 foi eleito senador e nos três anos seguintes consagrou a maior parte do seu tempo aos problemas do país. A atividade política de Neruda foi interrompida quando foi eleito um governo de direita. Pablo Neruda, comunista, foi forçado a ocultar a sua ideologia, assim como outros esquerdistas. Estes anos de clandestinidade foram, no entanto, proveitosos do ponto de vista da obra literária. Escreveu Canto General , um dos grandes poemas épicos escritos no continente americano. Em fevereiro de 1948, deixou o Chile, atravessando a zona sul das montanhas dos Andes a cavalo. Em junho de 1949 visitou a União Soviética para participar na celebração dos 150 anos de Aleksandr Pushkin. Visitou depois outros países da Europa e o México. Em 1952, depois da ordem para prisão dos escritores de esquerda e de figuras políticas terem sido retiradas, Neruda regressou ao Chile e casou pela terceira vez, com a chilena Matilde Urrutia.

Com a sua residência na Ilha Negra, no Pacífico, viajou constantemente por vários países, entre os quais Cuba e Estados Unidos, respetivamente em 1960 e 1966. A sua poesia foi traduzida em quase todas as línguas. A poesia de Neruda representa uma constante mudança, relacionada com as experiências da sua vida. Um dos mais enigmáticos trabalhos é Residencia en la tierra onde rompeu com a forma tradicional e criou uma técnica poética altamente personalizada embora plena de realismo, que se tornou conhecida como "nerudismo". Pablo Neruda foi Prémio Nacional de Literatura, Prémio Lenine da Paz (1953) e Prémio Nobel da Literatura (1971).

continue reading

Via Verde - Uma Invenção " Made in Portugal"

JAN29


É considerada uma das maiores invenções made in Portugal dos últimos anos, mas nunca foi registada. No início da década de 1990, a Brisa criou a Via Verde e tornou-se a primeira empresa do mundo a desenvolver um sistema de portagem automática aplicável de forma universal a todo o país, independentemente da autoestrada utilizada, do local de entrada e saída ou da instituição bancária associada à conta do automobilista.


A tecnologia baseada em radiofrequência era de origem norueguesa, mas a ideia de a aplicar ao sistema de portagens, através de uma antena e de um identificador, foi nacional e totalmente pioneira. No entanto, a empresa não ficou com quaisquer direitos sobre a invenção, uma vez que nunca a registou. "Não pedimos a patente porque, na altura, o registo de patentes em Portugal ainda estava muito verde e havia pouco conhecimento sobre a forma como as coisas se faziam. Foi uma pena", lamenta Jorge Sales Gomes, diretor do departamento de inovação da Brisa.

Pena parece pouco. Se tivesse a patente internacional da invenção, "a Brisa seria atualmente um gigante mundial", assegura António Campinos, presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Não é caso para menos. Ainda hoje, a Brisa é todos os meses contactada por empresários do mundo inteiro - dos EUA à Austrália, do Brasil à África do Sul - interessados em perceber melhor como o sistema funciona para poderem também aplicá-lo nos seus países. Mas a empresa aprendeu a lição.

Agora, tem advogados especialistas em patentes e um departamento de inovação que trabalha com uma rede de 60 investigadores. Acabou de ganhar a patente nacional de um sistema de reconhecimento automático de matrículas para cobrança eletrónica de portagens e já pediu a extensão dos direitos para os Estados Unidos e para todo o mercado europeu.

continue reading